Bom dia, amig@s!
Hoje será um dos raros momentos em que postarei alguma crônica made in jam pois não tenho muita paciência para escrever (e pensar) ao mesmo tempo. Sim, eu consigo ser um universitário assim mesmo!
Um Dia De Sorte
Jamerson Trindade de Araújo
Todos temos dias ruins. Acontece. Hoje, no dia 16 de Julho de 2013 (fictício) será um dia desses. Sabe quando o dia nem começou mas já temos todas as certezas de que será um péssimo dia? Então. Lá vamos nós!
São exatamente 9 horas da manhã. Coloquei o celular para despertar nessa hora pois eu teria de ir a faculdade às 10 e assistir a uma palestra. Estava eu, imerso nos meus maravilhosos sonhos e assim como qualquer ser humano em seu raro momento de felicidade, a melhor parte fora interrompida por um trimmm, trimmm... Já era hora de levantar. Dormi na sala, no chão, pois uma visita ocupava o meu leito sem a minha autorização (mas como eu sou educado, tsc). Acordei com aquele doping de sono, sabe? Quando o nosso corpo levanta mas o nosso interior parece um computador velho com windows 98, que demora quinhentas horas para iniciar. E o meu corpo acordou, eu não.
Em um súbito momento de lag corporal, achei estar levantando de minha cama e no quarto. Com os olhos fechados, tentei apalpar a cabeceira da cama, que no colchão onde eu estava não existia. A minha inteligência (ou falta dela) ficou com medo de que eu me despencasse da cama então demorei alguns bons minutos para me erguer.
Deitado na famosa posição com a bunda para a lua, fiquei com as mãos procurando o chão, a janela do quarto. Imaginem uma tartaruga tentando aprender a nadar, ou um ser humano aprendendo a surfar na areia: Esse sou eu nadando os sete mares do piso de azulejo em um colchão. Mas sem lembrar de forma alguma que eu estava sob efeito da entorpecia do sono, e no meio da sala.
Pisei com toda força no chão duro como diamante, achando que o mesmo estava a meio metro de mim. Na verdade, ele estava a centímetros. Procurei algo para me levantar. Mãos para cá, mãos para lá, e nada. Normalmente me apoiava na cabeceira da cama como falei anteriormente. Em vão. Dessa vez, me apalpei em algo fofo a minha direita e puxei com toda a força do mundo. Em uma fração de segundos, levei uma bela de uma almofada em minha cara amassada como o pão que o diabo amassou. Mas graças a almofada, pude descobrir que a mesma estava sob o sofá, onde me apoiei, e finalmente, levantei.
Já em pé, o meu windows 98 interior parecia estar 50% ligado. Só parecia mesmo, pois ao dar alguns passos a frente (em minha cabeça, estaria indo em direção a porta do quarto) fiquei com medo de dar de cara na mesma porta. Eu estava me protegendo de algo que não estava a minha frente, com as mãos fazendo pose de guarda, como um lutador de UFC. Para completar, com a mão direita eu protegia o rosto e, com a direita, procurava a maçaneta da porta. A imagem, segundo a plateia composta pelos outros membros da casa assistindo atentamente a cada cena patética estrelada pela minha pessoa, era de um ser fazendo mímica. E o objeto da mímica seria um elefante balançando a sua tromba em plena sala de estar.
Já com o sistema cerebral quase todo operante, pude me dar conta de tudo o que estava acontecendo: Eu era um verdadeiro idiota fazendo vergonha para a visita e os outros membros da casa. E atrasado! Tinha uma missão impossível a se fazer: Tomar café, banho, me arrumar e seguir o meu rumo em milagrosos dez minutos. Ao banheiro, tomei um banho cup noodles, adicionando um pouco de água fervente e pronto em três minutos. Em compensação, devo ter perdido uns cinco embolado com a minha calça jeans. Cai entre nós, é muito difícil colocar calça comprida com sono, né? Ainda mais para mim, a periculosidade em forma de sono. Sai do banheiro como que se fosse parir. Fiz um sanduíche para comer no caminho, untei minhas coisas e fui para o ponto de ônibus.
Por ''sorte'' o meu ônibus chegou rápido, e vazio. Seria perfeito se, ao procurar o dinheiro, não tivesse me dado conta de que a carteira ficou em casa. Ademais, o ônibus já tinha andado uns bons metros e sinto que o motorista não daria a marcha ré por mim. Fui educadamente convidado a me recolher daquele ônibus e a fazer toda a caminhada de volta a casa de viação canela, ou seja, andando mesmo. Entrei em casa minuciosa e sorrateiramente quieto para tentar ao máximo não ser notado em mais um dos meus micos do dia, porém a minha cadela branca de patas encardidas não deixou. Sério, ela estava mais encardida do que um porco propriamente dito banhado em seu chiqueiro. Aquela cachorra, no mais literal da palavra, cravou uma bela de uma tatuagem em forma de pata em minha camisa branca. A minha raiva era tanta, porém o meu atraso era ainda maior. Não tive tempo hábil de segurá-la através de seus pelos felpudos, então entrei correndo para trocar a camisa e pegar minha carteira.
Já com tudo certo, camisa trocada, carteira no bolso, me dirigi ao caminho de volta do ponto. Saindo de casa, chutei todos os móveis possíveis no caminho mas meu atraso impossibilitava qualquer tipo de dor física. Já dentro do ônibus e atrasado meia hora, pude parar pra pensar que pela primeira vez nesse dia tudo estava dando certo, só faltava chover. E sim, o tempo fechou. Com a virada de tempo absurda, minha alergia atacou. Dei um espirro com tanta força, tão alto, como se tivesse comemorado um gol em final de copa do mundo. Educadamente, algum elemento ao lado de fora do ônibus gritou ''saúde!". Eu, muito feliz por perceber que até em dias ruins se preocuparam comigo, apressei-me a dizer ''obrigad.." quando fui interrompido aos berros por um grito de ''educação!", seguidos de ''vem pra rua, vem!". É, acho que o grito de saúde não era para mim.
E a chuva caiu. Não forte, mas o suficiente para fazer de mim uma verdadeira disseminação de meleca ambulante. Parecia que a cada jato de espirro, eu liberava amebas vivas. Já descendo do ônibus, parei para me concentrar em mais um espirro. Sabe quando queremos espirrar, mas os vírus resolvem brincar de ''pegadinha do malandro'' com você? Quando ele vinha, voltava para dentro. Eu estava ficando louco já, parado na chuva, atrasado por quase uma hora e tentando imaginar se poderia ficar pior, quando de repente sou atingido por um belo tsumani, formado pela combinação mágica de água empoçada no canto da rua com um motorista de ônibus megalomaníaco, apostando corrida com um Chevete. A onda de água e lama era tão grande, que por um momento até imaginei dela vir acompanhada por um surfista em cima. Depois, vi que por cima só tinha a água da poça em mim.
Segurei todo o meu orgulho, meu esforço, minha disposição e assim mesmo fui subindo as escadas da faculdade. Ninguém acreditaria que eu estava vindo de minha residência. Parecia que eu acabara de chegar da guerra na Faixa de Gaza. Fui passando pelos corredores e portas, já bem atrasado, quando percebo a faculdade vazia. A palestra de duas horas, não devia ter acabado. Estava a uma hora de atraso e ainda sim, daria para assistir algo. Puxo do bolso da calça um papel molhado e amassado, mas com uma boa observação do escrito: ''sala 237 - auditório" E lá fui a sala, que estava totalmente fechada, apagada, trancada, e com um aviso embaixo.
"PALESTRA TRANSFERIDA
PARA AMANHÃ"
QUE SORTE, AMIGO!
Já aconteceu situação parecida comigo em ritmo pior.
ResponderExcluirSério, cara? Não consigo imaginar coisa pior! haha Abração!
Excluirkkkkkkkkkkkk, Só vc mesmo!!! Ilário!
ResponderExcluirWania Araujo
hahaha valeu!!
Excluir